Couchsurfing Experience

Couchsurfing é um serviço online de hospedagem gratuita. Completamente gratuita, do registro à confirmação de hospedagem, parece até mentira. Conheci essa plataforma em 2007, fiz um perfil, mas acabei usando realmente somente em outubro do ano passado, quando, não querendo gastar em hotel/hostel/afins e querendo conhecer gente, consegui um host (quem hospeda) em Offenbach Am Main, pertinho de Frankfurt, que era onde ia pegar meu vôo de volta para Bergamo. Estava com minha irmã e passamos de sexta a domingo no apartamento do Mostafa, um egípcio que mora na Alemanha há quatro anos, muito gente boa.

Esse foi o nosso host Mostafa. Ele é do Egito e até então morava na Alemanha há quatro anos. Essa foto foi na nossa primeira noite ali.

Eu confesso que foi muito mais fácil eu usar realmente essa plataforma porque eu não estava sozinha. Quando fiz essa viagem pública, eu recebi algumas mensagens e você avaliar a pessoa só pela foto é complicado. Digo isso uma vez que às ofertas que recebemos não eram de tantas pessoas verificadas ou eram de cidades mais longe, o que resultava em mais gasto de locomoção, então optamos pela mais econômica, sempre.

De Berlim pra Offenbach, pegamos uma corrida de Blablacar. Porém, no meio do caminho, a motorista falou que não iria pra Offenbach, mas pra uma cidade perto – entre 30/40 minutos de Offenbach. Fiquei um tanto nervosa, considerando que transporte na Alemanha é bem caro, mas de qualquer forma contatei o Mostafa explicando a situação e ele, incrivelmente, se ofereceu de ir nos pegar nessa cidade com o amigo dele – já que ele não tinha um carro. Incrível! Eu jamais esperaria essa disposição e boa vontade.

não posso ver uma varanda que ‘tô lá.

Durante todo o final de semana, nos encontramos muito, mas muito confortável na casa dele. Ele deixou bem claro pra ficarmos à vontade, se quiséssemos sair, ele deixaria uma chave com a gente, se não poderíamos ficar descansando de boa na casa dele, e tudo mais. Foi bem legal e uma bela primeira experiência. E no sábado de tarde, quando ele voltou do trabalho, ainda passeamos por Offenbach e conhecemos uma amiga dele. Até fiz umas fotos dela, mas perdi quando queimou meu computador 🙁
Em Bergamo, pedi hospedagem porque chegaríamos quase dez da noite e deveria pegar o ônibus de volta pra Aosta só na manhã seguinte. A experiência foi tão tranquila que, quando voltei pra Bergamo em dezembro, fiquei com a mesma pessoa, o Antonio 🙂 No vídeo, ele nos prepara a janta, quando voltamos pela segunda vez. Escute o video e vai ouvir que estávamos experimentando playlists de novo 🙂

Apartamento do Antonio.
Vista da janela do apto. Um casal de senhores super bem vestidos passando na hora.

No mês de novembro, estávamos eu, Isabela, Laura, Jaume e Satu na fazenda, e logo em seguida chegou Cino de viagem. Por algumas semanas, falamos de pegarmos um dia de folga e irmos pra Torino conhecer a cidade e nos divertir um pouco. Então, fui eu de novo no Couchsurfing, dessa vez pedindo estadia para quatro pessoas. Eu achei que seria difícil, mas não impossível. Resultado: possível, Misha, um ucraniano estudante de engenharia morava num apartamento que tinha espaço pra todo mundo. Chegamos lá numa quinta à noite, e ele ainda saiu com a gente em seguida. Foi bem divertido.

Todo mundo na foto: Jaume, Misha, Cino, eu, Laura, Isabela e Satu.

Foram só essas fotos que rolaram na noite: meu celular morreu quando mal chegamos na casa do Misha, e nessas fotos estávamos andando entre um lugar e outro. Nota-se o frio que estava.

Obviamente, apenas eu, Laura e Satu nos importamos com a foto.

Quando voltamos a viajar em dezembro e janeiro, antes de ir pra qualquer cidade, sempre fizemos a “Viagem Pública” no aplicativo: você escreve quantas noites precisa, a data e um textinho se apresentando, falando sobre a viagem, enfim, basicamente sobre o que você achar necessário. Depois de Bergamo, fomos pra Paris, e acho que foi o lugar onde mais recebemos ofertas de pessoas que poderiam hospedar a gente. Acabamos que ficamos na casa de um carioca que morava lá, e tranquilamente ficamos uma semana em sua casa: um prédio antigo, apartamento pequenininho que, abrindo a janela, tinha aquela clássica vista dos prédios de Paris.

Os seis lances de escada… Vista do apartamento.

Foi bem doido: chegamos um pouco depois do almoço no apartamento dele, e ele simplesmente deixou a chave embaixo do tapete pra gente entrar, numa boa. Chegando lá – depois de ter sofrido subindo seis andares de escada caracol com bagagem – perguntei o que poderíamos ou não fazer ali, comer, enfim, e ele falou: pode comer o que quiser, fique à vontade. E só o vimos de noite, depois do trabalho dele. Qualquer pessoa do Brasil fica muito surpreso com essa facilidade toda, mas aqui, na verdade, foi bem comum em praticamente todas nossas experiências de Couchsurfing.

Nosso host, Pedro.
Tentando umas fotos com o Pedro.

No entanto, ficar na casa de Pedro não foi nossa única experiência de Couchsurfing por la. Antes de chegarmos, mantive contato com mais outras duas pessoas que se ofereceram para ser nossos hóspedes. Um, William, o outro, Calude.
Calude, no dia que chegamos, já nos convidou para um evento em que ele estava trabalhando. Ele é jornalista e conseguiu nos colocar num evento diplomático e foi uma coisa que eu achava que nunca iria na vida. Ele nos levou pro alguns lugares de Paris por uns dois dias, sempre muito querido e curioso. William, o outro rapaz, o vimos em uma tarde em que nos encontramos num restaurante, e depois do almoço, fomos andando até Notre-Dame.

Este é o Calude. Nessa foto, nossa saída com ele pela primeira vez depois do evento.
Essa foto foi tirada na segunda vez que fomos à Paris, em janeiro, e Calude me levou para um passeio pela cidade em scooter.

Depois de Paris, voltamos a usar Couchsurfing quando voltamos de Barcelona à Bolonha. Foi a passagem de avião mais barata que conseguimos. Ficamos do dia 31 ao dia 02. Ficamos hospedadas em um apartamento com outras duas meninas do Couchsurfing que vinham da Alemanha, Lamis e Iseult. Ele foi bem gente boa, o Giovanni, nosso host. No primeiro dia, nos levou para conhecer Bolonha, mas apesar dele ser gente boa, não nos sentimos muito confortável com ele a ponto de relaxarmos e bater um papo “amigo”. Então, apesar da estadia ter sido boa, eu não me hospedaria com ele de novo.

Apartamento do host, em Bolonha.
Nosso host, seu primo, Lamis, Iseult, eu e Isabela.

Pela virada do ano, ele foi pro seu compromisso e ficamos as quatro em casa, então decidimos ir ao menos passar a virada no centro de Bolonha, que tinha bastante gente. Além do mais, teria um encontro de Couchsurfers ali, porém só encontramos um rapaz, que ficou com a gente até irmos embora. O nome dele, eu não lembro.

Virada de ano no centro.

Em Florença, eu já não tenho nenhuma foto do lugar que ficamos, la foi uma tragédia, na verdade. Na noite que chegamos, ficamos na casa de um cara (digo que pelo menos 50 anos ele tinha) ele começou a falar de um jeito querendo galantear. No dia seguinte, ele “basicamente” falou que se eu não estivesse confortável dormindo com minha irma na cama de solteiro, poderia ir dormir com ele. Obviamente, eu disse nao e na manhã seguinte fomos embora. Em Florença, ficamos cerca de cinco dias, se não me engano, e ficamos dois dias em hostel – foi 13 euros a noite em um e 10 euros a noite em outro. O resto, ficamos duas noites nesse primeiro host, e em seguida, na casa de um rapaz amigo de um host do Couchsurfing. Essa semana foi bem difícil achar host porque era primeira semana de janeiro, e aqui o feriado de Natal dura até dia 06 de janeiro, ou seja: caos. De qualquer maneira, conheci gente muito legal do Couchsurfing mesmo: Teve o Luigi, que conseguiu esse rapaz para passarmos uma noite, ja que não podia nos hospedar ele mesmo e nos encontramos uma tarde para nos conhecer, bem querido. Teve o Niccolò, que nos conhecemos no dia que fomos embora da casa do primeiro host e por duas noites fomos até sua casa onde ele fez janta pra gente. Todas as vezes que fui pra Florença, nos víamos. Inclusive, ele se ofereceu para me levar até Buti em uma noite quando perdi minha carona pra casa e foi minha primeira vez numa scooter em uma viagem pela Toscana 🙂
 

Essa foto eu gosto e desgosto. Desgosto porque nao me gostei :’D e gosto porque é engracada. Foi logo depois que chegamos em casa e eu estava MORTA de tanto que andei naquele dia calorento.
Chegando em Buti.

Além desses dois que moravam em Florença, conheci o Enrico, veneziano que estava passeando pela primeira vez pela cidade também e passamos o final de semana praticamente inteiro com ele, até mesmo no hostel em que passamos nossa última noite, ele também estava.

Domingo na Galleria degli Uffizi.
High5
Bela e Enrico jogados na Galleria Degli Uffizi. Esse dia, todos os museus estavam com entrada gratuita e passamos o dia inteiro quase lá dentro: mortos.

Depois de Florença, passamos uma noite em Siena – o foi péssimo, o rapaz se ofereceu de nos hospedar e ao chegarmos la, dormimos no chão, sem colchão, sem coberta sem nada! Usamos nossos casacos de coberta e tava bem frio. Além dele não ter personalidade nenhuma pra ser host. Bem introvertido. Enfim, pelo menos conhecemos uma cidade nova. Em seguida, fomos pra Roma, que também não tenho fotos, mas ficamos três noites na casa de um cara um tanto engraçado. Ele é músico e quando chegávamos dos nossos passeios e ele do trabalho, fazíamos janta juntos e conversávamos bastante. Depois disso, fomos pra casa de um host que na hora que chegamos, ele não conseguiu ir pra casa abrir pra gente e mandou a gente pra um amigo dele, e então ele SUMIU. Até mesmo pro amigo dele. Então ficamos duas noites com esse amigo dele e no último dia em Roma decidimos ir a hostel ficar de boa só eu e a Isabela, estávamos super exaustas de viajar. Ainda assim, na última tarde, passamos com o Antonio, outro rapaz do Couchsurfing que conhecemos e nos ofereceu hospedagem, super gente boa, gostei bastante de conhecê-lo. Tínhamos saído com ele já alguns dias antes e fizemos um aperitivo, e naquela tarde, como chegamos no almoço, ele cozinhou pra gente e passamos a tarde com ele e um amigo seu. Também conhecemos o Luca, que passou uma tarde/noite conosco.

Marcello e Antonio.
Eu e Bela no hostel, ultimo dia.

Depois de Roma, o plano inicial seria ir pra Veneza e quem sabe até se hospedar com o Enrico, mas só queríamos um pouco de sossego. Como não deu certo de voltar pra fazenda, tentamos ver passagem pra ir pra Lisboa e ficarmos com o português que conhecemos em Paris, mas não tinha passagem barata, então voltamos pra Paris e ficamos de novo com o Pedro.
Pra finalizar os dois meses de férias e Couchsurfing, na volta de Paris, pedi no dia em que chegaríamos em Aosta hospedagem pra um único perfil que achei de la, do Jean-Marc. Deu super certo, apesar de ser em cima da hora, e ele tinha ativado o Couchsurfing justamente naquela semana. Foi ótimo. Novamente, ele fez janta assim que chegamos e conversamos bastante, além de vermos um filme. Depois desse dia, ainda voltei umas cinco vezes pra Aosta e sempre me hospedei com ele. Mais uma pessoa dessa vida de Couchsurfing que posso dizer que nos tornamos amigos.
 

Apartamento do Jean.
Jean e seu chapéu de limpar a casa.
Dias de aperitivos.

Depois de Aosta, voltei a usar a plataforma quando eu e minha prima Julia decidimos ir para uma praia diferente. Decidimos ir para La Spezia e dali pegar um ônibus até a praia mais próxima e paramos em San Terenzo, Lerici. A intenção era só passar o dia, porém, para voltar embora num horário que conseguíssemos pegar ônibus pra Buti, teríamos que voltar embora às 15h, e chegamos la por volta das 12h. Então, no mesmo dia, consegui um host pra gente, que nos pegou na praia no fim do dia com um amigo e fomos à um restaurante de outro amigo que também hospedava com a plataforma. Na vez seguinte que fui pra Lerici sozinha, fiquei na casa desse rapaz que tinha o restaurante.

Quem fez a foto foi quem nos hospedou, Toni. Os outros rapazes são seus amigos, Matteo, Jnghemar e Lorenzo.

Quando voltei à Lerici e fiquei na casa do Jnghemar, consegui conhecer duas cidades de Cinque Terre com outro rapaz do Couchsurfing também, um albanês chamado Kliti.

Nos encontramos na estação de trem e fomos direto para Monterosso tomar banho de mar, mesmo estando nublado.
Depois passamos em Manarola no fim do dia. À esquerda, Kliti.

De todas essas viagens, valeu muito a possibilidade de conhecer tanta gente, estar em tantos lugares, ver os hábitos das pessoas, cultura, e tudo. Sozinha eu ainda tenho pé atrás de fazer, mas eu não me arrependo de todas que passei, até pelas poucas desagradáveis. De tudo a gente aprende algo e tira uma coisa positiva.
Acho que coloquei tudo aqui 🙂


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